sexta-feira, 24 de abril de 2015

Cena Cotidiana VII

Rita - Traga Lúcifer pra mim! Numa bandeja de prata! E sua luz, sua lanterna.
Arnaldo - Não é tão fácil assim. Luz é algo que demora uma vida pra ficar pronta! Mesmo com ele!
Rita - Mas e aquela história do bluesman de quem ele apenas tomara o violão por alguns segundos a ao devolvê-lo o homem tocava como ninguém?
Sérgio - Isso é só uma história... A luz gastou a vida do sujeito!
Rita - Que morreu jovem!
Arnaldo - Isso não quer dizer nada. Mozart já era foda com 9...
Rita - Mas e daí? Ele era protestante e todo mundo sabe que Lúcifer não curte esse povo! Sei lá! Tragam uvas negras pra esse Éden infernal. Como as de Parrásio! Tragam cortinas, como as Zêuxis!
Sérgio - A luz nunca chegaria em gregos por ele! Pra eles era a balança da deusa ou o fogo prometido!
Rita - Não faz sentido! A luz é necessária a todos! Quem traria, quem trará?
Arnaldo - Lóki? Eu?
Sérgio - Ops, meu andar!
Rita - Até o almoço!
Arnaldo - Acho que fico aqui também!
Rita (Gritando para o corredor onde Sérgio já virava o corredor) - Tragam ele pra mim, numa bandeja de prata! Na hora do almoço!

Narrador - E a porta se fechou!